As compras online definitivamente mudaram o comportamento do consumidor. O comércio eletrônico vive momento de franca expansão no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), somente no ano de 2017, as vendas pela internet geraram um faturamento de R$ 59,9 bilhões em nível nacional, crescendo 12% em relação a 2016. Se olharmos para o Rio Grande do Sul, o Estado ficou em quarto lugar no ranking dos principais destinos das vendas pela internet em 2017, representando 32% do total, de acordo com a Pesquisa Nacional de Varejo Online, realizada pelo Sebrae. Também em recente pesquisa, a Google Analytics, que é um sistema gratuito de monitoramento de tráfego que pode ser instalado em qualquer site, loja virtual ou blog, as pessoas acessam o celular em média 150 vezes por dia, num total de 7 horas, sendo 49 horas por semana e 196 horas por mês.
Na mesma pesquisa, foi constatado que 86% das pessoas pesquisam na internet antes de comprar, isso vale para o carro zero quilômetro, a cadeirinha do bebê e a camiseta da balada do final de semana. Podemos trazer como exemplo duas "gigantes" do varejo tradicional que também estão vendendo online. As lojas Colombo, com um e-commerce que surgiu da necessidade de um catálogo online para auxiliar na verificação do estoque, com vendas pela internet que representam 25% da origem das vendas de todo o grupo. No caso da marca de calçados Arezzo, a loja online, além das vendas, faz do online espaço para o relacionamento com o cliente, com respostas rápidas e ofertas de produtos recheadas de conteúdo.
Mas, atenção, ainda que não tenha custos com ponto de venda físico, o investimento no canal online requer planejamento estratégico, que envolve áreas como logística, marketing e atendimento. É preciso que a empresa avalie seu diferencial de mercado, e num cenário cada vez mais competitivo, a atuação em nichos, com foco em produtos segmentados, pode ser uma vantagem. É preciso saber se comunicar de forma eficiente. Todos esses dados, pesquisas e exemplos querem nos dizer algo.
Precisamos urgentemente nos remodelar, buscar alternativas de investimentos, estar presente no ambiente físico e virtual, nos adaptarmos ao novo, a este novo consumidor que tem acesso a informação de forma instantânea, que é mais exigente e impaciente com os eventuais erros cometidos, atentar para a velocidade que a mudança está acontecendo. Aquela empresa que subestimar a força da internet, que não estiver presente e online pode estar fora do mercado de consumo antes do fim desta década. Modelos e consumidores tradicionais não existem mais. Assim, devemos nos antecipar à mudança, caso contrário seremos consumidos por ela.